Análise de The Elder Stuttering IV: OBlivion
- Griffith Souls
- 3 de mai.
- 9 min de leitura

Essa análise não possui spoilers.
Plataforma jogada: STEAM
O game foi jogado no idioma inglês (o idioma PT-BR está disponível)
Escrito por: Griffith, fundador da DungeonBits
"I used to be an adventurer like you. Then I took an arrow in the knee" Ops, game errado...

O que é The Elder Scrolls IV: Oblivion Remake?
O game foi desenvolvido pela Bethesda Game Studios em conjunto com a Virtuos, e publicado pela Bethesda Softworks. Oblivion é um RPG clássico, pode ser jogado em primeira ou terceira pessoa, lançado em 2006, que foi aclamado tanto por seus momentos divertidos, que geraram e ainda geram memes até hoje, quanto pelo simples fato de tudo ser tão imprevisível. Ele tem uma história bem legal, com uma temática de queda, além de muitas atividades para o jogador. No remake, isso não é diferente: temos algumas mudanças nas mecânicas de jogo e na engine, que, pelo que entendi, é a Unreal Engine 5, o que explicaria o péssimo desempenho na maioria dos PCs por aí. Mas, no geral, dá para dizer que é o mesmo game. E, sinceramente, não achei ruim.

A história
Em Oblivion, nosso herói começa preso e, por um acaso do destino, acaba conhecendo o Imperador de Cyrodiil. Ele utiliza a prisão para fugir de um ataque, mas reconhece o rosto do protagonista por tê-lo visto em seus sonhos, aparentemente, há uma profecia envolvendo tudo isso. Como não poderia deixar de ser, o jogador logo se vê envolvido nos acontecimentos mais importantes do reino. Para piorar, portais começam a surgir pelos territórios, liberando criaturas horrendas que atormentam tanto pequenos vilarejos quanto grandes cidades. Diante desse caos, cabe a você salvar o mundo antes que a situação piore ainda mais, mas é claro que ninguém liga para a história principal não é? Você tem mum monte inteiro para explorar...

Porque você deveria entrar em uma facção?
Você tem muitas facções nas quais pode entrar, realizar várias missões extras, ganhar equipamentos lendários, conhecer novos personagens e até subir no ranking delas. Neste momento, já estou finalizando as missões da Dark Brotherhood, que é uma guilda de assassinos que cumprem contratos e precisam agir com furtividade, e eu simplesmente não consegui parar de fazer essas missões. É viciante.
Você precisa usar a cabeça para eliminar os alvos da maneira exigida no contrato. Ao fazer isso, o jogador recebe um bônus em dinheiro e experiência.
Cada facção tem seus próprios alinhamentos, rankings e objetivos. Uma que me interessa bastante é a Guilda dos Magos, quero ver o que consigo aprender em termos de feitiços, mas, por enquanto, estou completamente focado na Dark Brotherhood.

Jogabilidade
Em Oblivion, precisamos criar nosso personagem, escolher sua classe e atributos. A criação de personagem é muito legal, particularmente, eu gostei bastante, e é mil vezes mais interessante do que a dos jogos mais antigos, embora os personagens antigos fossem bem engraçados.
Após a criação do personagem, selecionamos a classe e a data de nascimento, que, acredito eu, deve conceder alguma vantagem para determinadas classes (não me recordo bem). Por fim, somos liberados para explorar o vasto mundo do jogo.
Por se tratar de um game com um mapa explorável bem grande, dá para dizer que podemos visitar muitos locais, descobrir vários segredos, conversar com diversos NPCs e cumprir muitas quests memoráveis, e, ao mesmo tempo, bastante divertidas.

Classes
Temos várias classes jogáveis, cada uma com suas especializações, vantagens e desvantagens, e, claro, um jeito único de se jogar. Inclusive, é possível criar uma classe totalmente personalizada.
Atualmente, estou jogando como Agent, uma classe que é uma variante do Rogue, o famoso ladino. Meu foco é jogar completamente na surdina, sem que ninguém me veja, tentando eliminar os inimigos com armas como bestas, arco e flecha, entre outras. E, claro, não pode faltar a famosa lábia, o ato de mentir, enganar e sair por cima em qualquer situação. O que é legal para mim é que independente da classe que você jogar, ainda é possível usar equipamentos diferentes e que combinam com outras classes, porque de fato você encontra muita coisa legal pelo cenário.

Ambientação e exploração.
O cenário do jogo é bem vasto, e você pode ir para onde quiser. Há milhares de NPCs espalhados pelo mapa, cada um com seus próprios segredos. Você pode sair incomodando todo mundo, roubar as pessoas, invadir suas casas e observar suas rotinas. Eles conversam entre si, e o melhor: as conversas são bizarras, mas cômicas demais para serem ignoradas.
Temos cultos escondidos nas montanhas tentando invocar divindades perigosíssimas, criaturas animadas perambulando pelas florestas, bandidos, monstros e, claro, muitos portais que levam aos reinos diabólicos de Oblivion.
Além disso, há muitos segredos ocultos, dezenas de tumbas infestadas de mortos-vivos e outras criaturas que as protegem. E, como não poderia faltar, necromantes praticando suas magias obscuras às escondidas da Guilda dos Magos e do resto de Cyrodiil. É muita coisa para explorar. Muitas pessoas para roubar e saquear, e o jogo é detalhista, se você atirar uma flecha para cima, é só esperar que ela cai, pode manipular objetos e inclusive derrubar pratos e itens de cima de mesas e por aí vai.

Builds
Ainda dá para barganhar e subornar NPCs pela cidade para tentar comprar itens mais baratos, e para isso, usamos nossas habilidades. É engraçado porque, ao realizar ações como correr ou atirar com arco e flecha, aumentamos nosso nível naquela habilidade específica. E, quando dormimos, podemos escolher atributos para montar uma espécie de build, o que é muito legal.
Você pode se tornar o mestre da lábia no jogo ou simplesmente um ogro que resolve tudo na base da porrada. As possibilidades são inúmeras.

Quests diferenciadas
Vou comentar sobre algumas missões que me divertiram mais do que deveriam, só para você entender o quão incrível esse game era lá em 2006, e claro, continua sendo ainda em 2025.
Você precisa invadir a casa de um cidadão na surdina, de noite, esperar ele sentar na cadeira favorita dele e dar um jeito de derrubar uma cabeça empalhada de um bicho na cabeça dele
Você precisa estudar a rotina de um ex chefe de guarda aposentado, dar uma flechada que contém veneno nele assim que ele tirar a sua armadura, arrancar o dedo com o anel dele e colocar na mesa do escritório onde o guarda que tomou o lugar dele passou a trabalhar.
Você precisa ajudar uma cidade a remover um feitiço que um mago colocou nela, todo mundo está invisível, e inclusive um dono de taverna está reclamando que é difícil ser dono da taverna quando todo mundo é invisível
Tem outras quests por aí muito mais engraçadas e divertidas, mas acho que essas são bons exemplos.

Recepção Implacável
The Elder Scrolls IV: Oblivion teve uma excelente recepção. Poucos dias após vários rumores circularem na internet sobre um possível shadowdrop do game, um ex-funcionário da Microsoft afirmou que não faria sentido relançar um RPG de 2006, pois os games evoluíram muito e ele não conseguiria competir com títulos como Elden Ring. Pois bem, o cidadão estava errado.
Oblivion, em poucos dias após o lançamento, alcançou a incrível marca de mais de 210 mil jogadores simultâneos na Steam. E vale lembrar que o game também está disponível no PlayStation e no Game Pass, que, provavelmente, foi onde a maioria das pessoas jogou.
O que aprendemos com isso? Que jogos bons vendem bem. Simples assim.

Telas de carregamento...
Temos muitas telas de carregamento, e isso incomoda muito, qualquer lugar onde você precise entrar em uma porta, a coisa vai ser chata, já aviso, é o padrão em qualquer game da Bethesda praticamente, infelizmente, e recentemente postamos essa notícia aqui no X falando sobre isso:

Me tornei uma vampira!
Sim, você pode se tornar um vampiro em Oblivion, é claro que não é como em Skyrim, onde ser um caminhante da noite é mais legal, e você pode até se transformar em um monstro no melhor estilo Van Helsing, caso tenha pego a referência, saiba que você tem bom gosto, ainda assim, você não pode andar no sol, se não vai acabar virando um purê, também precisa se alimentar de sangue quando as pessoas estão dormindo, e por fim, as pessoas notam que você está diferente pois tem olheiras e sua pele fica pálida, então pode esperar comentários do tipo "Você não parece bem, está doente?". Algumas pessoas que sabem que você é vampiro podem tentar te matar ou simplesmente recusam falar com você. É claro que você precisa se alimentar se não vai ficar fraco e perde muitos buffs da classe.

Performance desastrosa na Steam e opiniões a respeito do game
Quando eu digo "performance", não me refiro a vendas ou ao número de jogadores online, e sim ao desempenho técnico. O game está rodando de forma terrível em muitos PCs por aí, e, infelizmente, o meu é um deles. O stuttering é brutal: a cada 30 segundos, há uma travada brusca, com congelamentos dentro do jogo. Já tentei baixar os gráficos, ativar e desativar o DLSS, instalei alguns mods que supostamente melhorariam o desempenho, mas nada resolveu. Diante disso, só posso lamentar. Acabei até reduzindo o tempo de jogatina, porque está se tornando uma experiência bem irritante. Existem muitos mods lançados para o game, e muitos deles focam em tentar resolver a questão do desempenho ruim no sistema operacional da galera...

Até o momento, estou com quase 40 horas de jogo. Joguei o Oblivion original na época de ouro da pirataria, mas nunca o finalizei. E, por ironia do destino, não sei se vou conseguir agora, com essas travadas constantes, a vontade de continuar praticamente desapareceu. Pelo menos até que eu consiga resolver os problemas de stuttering. Atribuo boa parte da culpa à Unreal Engine 5, que costuma causar muitos problemas em lançamentos no PC. E você pode até dizer: "Ah, mas é só jogar no console". Meu amigo, esse argumento caiu por terra. Na Nintendo, Microsoft e Sony, os jogos estão saindo por praticamente 500 reais. Esses são os novos preços da indústria, infelizmente. Já no PC, além de existir um balanceamento regional de preços na Steam em muitos casos, ainda temos outras formas de devolver a "ganância" das empresas, formas que vêm de outra época e que, ironicamente, ajudaram essas mesmas empresas a conquistarem sucesso aqui no Brasil. Acho que não preciso elaborar, né?

Era tão bom em 2006 também?
Oblivion Remastered é um game fantástico, muito criativo e que não perdeu sua essência, e não estou falando de gráficos. Falo da época em que a Bethesda ainda criava obras incríveis, que inspiravam jogadores e até outros desenvolvedores. É claro que o remastered é bugado, assim como o original. Dá até para dizer que os bugs foram remasterizados também.
Uma fala específica, que foi gravada de forma errada por uma atriz no jogo original, acabou permanecendo no remake. Não sei se foi proposital, mas, se foi, achei genial.
Oblivion vem de uma era de ouro da indústria, quando o foco era entregar jogos incríveis e experiências únicas, e não focar nos investidores, que parece ser o que é feito hoje em dia. Claro que nada era perfeito, e também tínhamos problemas naquela época, mas ao menos sabíamos que a criatividade era prioridade nos grandes estúdios. Hoje, se você quer inovação, jogos diferentes que exploram as possibilidades do entretenimento, então precisará recorrer aos jogos indies. Felizmente, temos inúmeros títulos promissores a caminho, inclusive vindos do Brasil.
Caso queira conferir, aqui está um vídeo do nosso time na Gamescom 2025, onde eles entrevistaram um dos Devs de A.I.L.A, que é um game de terror brasileiro que está por vir, e também falaram bastante com o Bruno Torrão, principal responsável por BloodFang, um soulslike brasileiro que promete ser incrível.
A galera do Patobah e Safe Zone mandaram muito bem!
Ah, detalhe, eu tenho o The Elder Scrolls IV: Oblivion original de Playstation 3 na minha prateleira, ou seja, se a nostalgia bater, eu posso ir lá e jogar da forma original em que a Bethesda programou jogo!

Nosso veredito:

Recomendado para amantes de RPG, e aqueles que não se incomodam com bugs e quedas desastrosas de FPS, se você for guerreiro, aquela pessoa old school na plataforma PC, então vai dar um jeito de jogar, afinal, é como Jurassic Park diz: "A vida sempre acha um meio".
Conclusão:
-Se você já conhece Oblivion e gosta do game, então o remaster de fato é para você
-Stuttering constante e isso incomoda muita
-Crashes acontecem as vezes
-Histórias criativas e cativantes
-O jogo é longo, como de costume na franquia
-Personagens carismáticos
-Encontros aleatórios muito únicos e divertidos
-As facções presentes no game são espetaculares
-A exploração é muito recomendada e gratificante
-Existem muitas armaduras diferentes, armamentos e magias para você dominar
-Trilha sonora icônica, nem abordei ela na análise porque acho que nem precisa
-Até os bugs foram remasterizados
-O preço é bem salgado nas outras plataformas
-O game está disponível no gamepass, recomendo jogar por lá
-O único motivo da nota não ser maior é literalmente o fato do jogar estar rodando muito mal no meu pc.
Minha configuração só para fins de curiosidade:
Processador: Ryzen 5700
Memória: 32GB Ram
Placa de vídeo: Geforce 4060 TI
Fonte: Corsair HX 650W
Caso queira comprar o game na Steam:
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